Em seu famoso Sermão da Montanha, Jesus afirmou que a candeia do corpo são os olhos. 
 
Também disse que, se os olhos forem bons, todo o corpo terá luz. 
 
Mas se eles forem maus, todo o corpo será trevoso. 
 
A candeia era um utensílio utilizado para iluminação. 
 
Devia ser colocada em local alto e de destaque, a fim de que sua luz se espraiasse ao longe. 
 
Consoante antigos ditados populares, os olhos são a janela ou o espelho da alma. 
 
Esses adágios revelam a importante correlação existente entre os olhos e a essência da criatura. 
 
De ordinário, é preferencialmente por eles que o ser humano percebe a realidade que o cerca. 
 
A partir dessa percepção, ordena seu sentir e seu proceder. 
 
O que ele focaliza, o que elege como importante para prestar atenção, dá o tom de seu viver. 
 
Como disse Jesus, se os olhos são bons, todo o corpo é luminoso. 
 
O mundo é rico de distrações. 
 
Sem uma orientação firme, é possível perder-se nelas e tornar-se alguém fútil. 
 
Novelas e séries de TV, Internet e revistas são apenas alguns dos passatempos à disposição. 
 
Não possuem nada de intrinsecamente errado, mas não constituem o objetivo da existência. 
 
Justamente por isso, não podem consumir tempo em excesso. 
 
O Espírito não toma um corpo de carne para se distrair, mas para se aperfeiçoar. 
 
O tempo mais bem aproveitado é o despendido no burilamento intelectual e moral. 
 
Em conversas instrutivas, no aconchego da família, com os amigos do coração. 
 
Ou no aprendizado de uma língua, na meditação sobre um texto de moral ou filosofia. 
 
Também possui grande valor a dedicação a uma causa, a atenção dada a pessoas carentes ou enfermas. 
 
Entretanto, não é apenas com o excesso de distrações que se deve ter cautela. 
 
Pior do que gastar tempo com banalidades é fixar a atenção em coisas deletérias. 
 
Vive-se na Terra uma época de grande permissividade e vigora o discurso de que quase tudo é normal. 
 
Assim, pode não parecer chocante gostar de pornografia, manter conversas picantes ou ficar acordado por conta de noitadas. 
 
Mas é preciso cuidado com aquilo em que se fixa detidamente o olhar, para não comprometer a própria dignidade. 
 
O gosto pela podridão, ainda que socialmente aceito, conspurca a essência do ser. 
 
Para não ter um corpo trevoso, conforme o dizer evangélico, importa ter bons olhos. 
 
Ou seja, focar a atenção no que de belo e puro há no mundo. 
 
Tomar gosto por conversações e leituras sadias. 
 
Gastar o próprio tempo em atividades construtivas e dedicar-se a obras sociais. 
 
O resultado dessa opção pelo bem será uma formosa luz que revestirá todo o ser. 
 
Pensemos nisso.
 
 


 
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