Certo atleta de circo ganhava a vida se exibindo em façanhas assombrosas de força física. Em geral, terminava o espetáculo com uma impressionante demonstração de sua capacidade de espremer uma laranja da qual já se havia extraído todo o suco. Ao terminar a apresentação, ele desafiava o público, convidando a ir à frente qualquer pessoa que se achasse capaz de extrair ainda que fosse uma gotícula de suco da laranja espremida.
Certa vez, apresentou-se um homem de baixa estatura, franzino, óculos fundo-de-garrafa, e a plateia rompeuem gargalhada. Sem nada temer, ele subiu ao palco e pegou das mãos do atleta alaranja totalmente murcha e enrugada. Todos tinham os olhos fitos nele. Ele pegou o bagaço, comprimiu a mão direita e apertou.
Ambiente eletrizante, a plateia e o atleta estavam numa grande expectativa. De repente, começou a se formar uma gota de suco, que finalmente pingou no chão. A plateia rompeu num estrondoso aplauso, findo o qual o atleta perguntou seu nome e o convidou a contar como conseguira desenvolver tal força.
O homem respondeu: “Não há nenhum segredo”; e então, sorrindo, acrescentou: “Ocorre que eu sou o pastor da igreja local e estou acostumado a tirar oferta”.
Essa anedota, eu sei, não tem graça nenhuma! Mas a imagem que não poucos têm de pastores e igrejas é essa, que ofertar é resultado de pressão. No entanto, como pastor e pregador da Palavra de Deus, compreendo que a contribuição que agrada a Deus nunca pode resultar de apelos forçados ou intimidações de qualquer espécie.
Segundo a Bíblia, há vários tipos de ofertantes; alguns agradam a Deus, outros não.
Há aqueles que ofertamdo que lhes sobra. E há quem oferta tudo o que tem.
Jesus estava no templo, em Jerusalém, observando como as pessoas traziam suas ofertas. Os ricos depositavam grandes quantias. Uma viúva trouxe duas moedinhas apenas. Jesus disse que essa viúva ofertara “mais do que o fizeram todos os ofertantes. Porque todos ofertavam do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento”(Mc 12.41-44).
Jesus observou a atitude do coração,“como” as pessoas ofertavam: se como expressão da generosidade da fé de um coração confiante no cuidado absoluto de Deus; ou se como expressão de avareza, de ofertar apenas a sobra. E, para Jesus, os ricaços perderam feio para a viúva pobre!
Há aquele que faz o que pode.
Como a mulher que derramou sobre Jesus um precioso perfume de nardo puro, no valor de 300 denários (o salário de um ano de um diarista). Ela foi duramente censurada pelos circunstantes, pois argumentavam que o perfume poderia ser vendido e o dinheiro, dado aos pobres.
Mas Jesus via de modo diferente. Ele recebe aquele gesto como uma “boa ação” para com ele. Indicou-lhes o óbvio, que os pobres estavam sempre diante deles, para lhes fazerem obem quando quisessem. E acrescentou: “Ela fez o que pôde: antecipou-se a ungir-me para a sepultura” (Mc 14.3-9). Jesus sutilmente indica que os críticos não faziam sequer o que podiam.
Há aquele cuja oferta é sacrifício, pois lhe custa algo.
Havia uma praga matando muitos israelitas. O rei Davi procurou um local onde oferecer sacrifícios a Deus, para que o povo fosse abençoado e cessasse a praga. Encontrou um monte, mas o proprietário, um Jebuseu chamado Araúna, tentando fazer média com o rei, ofereceu-lhe tudo: os bois, a lenha, o monte, e de graça!
Porém o rei disse a Araúna que compraria tudo pelo devido preço. E acrescentou: “Porque não oferecerei ao Senhor, meu Deus, holocaustos que não me custem nada”.
Há aqueles cuja oferta é a doação de suas próprias vidas.
Os crentes da Macedônia, embora pobres e passando por grande tribulação, eram ricos em generosidade. Paulo testemunhou que “na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários” e rogaram muito para ajudarem outra igreja. E Paulo acrescenta que eles “deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus” (2 Co 8.1-6).
Com qual tipo você se identifica?
Saiba que a oferta que agrada a Deus é a decorrente de uma atitude de fé e generosidade. E a fé vem pelo ouvir a palavra de Deus. Como Deus nos deu os desafios do Centenário da Assembleia de Deus, quem ouvirá o nosso apelo de contribuir com essa grande obra?
Pr. Samuel Câmara
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